da France Presse, em Porto Príncipe
O grupo de dez americanos que foi preso no Haiti no fim de semana tentando deixar o país com cerca de 30 crianças poderá enfrentar acusações de "tráfico de crianças, sequestro de menores e associação para o crime", informou hoje o promotor Mazar Fortil, o principal da corte de Porto Príncipe.
Os americanos --cinco homens e cinco mulheres-- foram presos quando viajavam em um ônibus, à noite, com as crianças haitianas, que têm entre dois meses a 12 anos de idade, rumo à República Dominicana. Os estrangeiros não tinham documentação adequada.
Ontem (31), uma porta-voz do grupo, Laura Silsby, afirmou à agência de notícias Associated Press que o grupo faz parte de uma organização religiosa de caridade, a "New Life Children"s Refuge" (Refúgio Infantil Vida Nova, em tradução livre), com sede no Estado de Idaho (EUA), e pretendia levar até cem crianças para um hotel de Cabarete, na costa dominicana. O hotel, que tem 45 quartos, seria, posteriormente, transformado num orfanato, afirmou.
Conforme Silsby, o grupo não pagou pelas crianças, que foram entregues por um pastor --ele também está sendo investigado. 'Não estávamos de forma alguma ligados a disso [tráfico de crianças]. Isso era justamente o que estávamos tentando combater', afirmou. 'Em meio ao caos em que esse governo está agora, nós estávamos apenas tentando fazer a coisa certa.'
Hoje, o advogado Jorge Puello, que representa os americanos, afirmou que eles estão sendo maltratados e que um, que sofre de diabetes, chegou a desmaiar e foi hospitalizado.
De acordo com o Instituto Haitiano do Bem-Estar Social, algumas das crianças envolvidas no caso disseram aos americanos que seus pais estavam vivos e chegaram a dar um endereço e número de telefone. Todas foram levadas provisoriamente para um centro de cuidados de Croix des Bouquets.
"As audiências prosseguem. A próxima etapa é a acusação. Três crimes são considerados: tráfico de crianças, rapto de menores e associação para o crime", afirmou o promotor.
Mais cedo, a ministra de Cultura e Comunicações do Haiti, Marie Laurence Jocelyn Lassegue, afirmou que os dez americanos poderiam ser julgados nos Estados Unidos, embora com base na lei haitiana, dada a destruição sofrida pelo Judiciário no terremoto. Para o promotor, ainda é muito cedo para saber onde correrá o processo.
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