Da Agência EFE
RIO DE JANEIRO - Um Tribunal de Belém do Pará condenou a 30 anos de prisão o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, considerado culpado pelo assassinato da freira americana Dorotyh Stang, militante pró-trabalhadores sem-terra, em 2005.
A decisão da 2ª Vara Penal da capital paraense foi tomada após mais de quinze horas de julgamento, o terceiro pelo qual Vitalmiro passou. Ele foi condenado em primeira instância e absolvido no segundo.
O fazendeiro, conhecido como "Bida", foi condenado em maio de 2007 a 30 anos de prisão por ordenar e pagar pelo assassinato da missionária americana, que levou vários tiros em fevereiro de 2005 em uma região isolada do Pará.
No segundo julgamento, em 2008, ele foi absolvido em uma decisão que foi criticada até pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e qualificada como um prêmio à impunidade.
Como um juiz anulou essa decisão por erros no processo, a 2ª Vara Penal começou nesta segunda-feira em Belém o terceiro julgamento, a princípio previsto para 31 de março, mas adiado por que a defesa não se apresentou.
Apesar do novo advogado de Bida ter pedido um novo adiamento, alegando assumiu recentemente o caso e não o conhece muito bem, o juiz Raimundo Moisés Flexa rejeitou o pedido e pediu que os sete jurados escutassem as testemunhas.
Para garantir os direitos do acusado e perante a decisão dos advogados do fazendeiro de abandonar novamente o julgamento, o juiz nomeou dois defensores públicos como responsáveis pela defesa.
Dorothy Stang, que tinha 73 anos, foi assassinada em uma zona rural de Anapu, localidade amazônica onde liderava um projeto para assentar camponeses sem-terra.
Os dois pistoleiros que a assassinaram já foram condenados, assim como outro fazendeiro que serviu de intermediário entre os homicidas e os homens que encomendaram o crime.
O autor dos seis disparos, Rayfran das Neves Sales, que confessou o crime, foi condenado a 28 anos de prisão, e seu cúmplice, Clodoaldo Carlos Batista, que lhe acompanhou no ataque, desarmado, pegou 17 anos de prisão.
O fazendeiro Amair Feijoli da Cunha, que admitiu ter sido o intermediário do crime, foi condenado a 18 anos de prisão.
Além de Bida, o também fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão é acusado de ter encomendado o crime e ainda não foi julgado.
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